terça-feira, 31 de maio de 2011

Vinte Anos do Mercosul: Conquistas e Desafios da Integração Regional no Cone Sul



Criado por Brasil, Argentina Uruguai e Paraguai em 1991, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é um mecanismo de integração regional. Inicialmente criado para ser um bloco econômico, o MERCOSUL adquiriu, ao longo do tempo, caráter fortemente político e, hoje em dia, é mais que apenas um foro de concertação política e de estímulo à livre circulação de bens e pessoas. É, também, uma organização com personalidade jurídica própria e com pretensões de adquirir, cada vez mais, atribuições supranacionais.

Constituído mediante o Tratado de Assunção, o Mercosul originou-se da concertação política já existente entre Brasil e Argentina, iniciada, sobretudo, em 1985 em função dos processos de redemocratização em ambos os países. Estimulados pela situação econômica complexa da América Latina e pela maior confiança gerada por governos democráticos, ambos os países deram início a uma série de acordos que versavam sobre economia, energia nuclear, cooperação, política e outros assuntos. Esses acordos, assinados na década de 1980, foram a base institucional e política para que em 1991, com a participação de Uruguai e Paraguai, o Tratado de Assunção fosse assinado no âmbito da ALADI, mediante o Acordo de Complementação Econômica 18.

O objetivo do bloco era adaptar as economias dos países-membros às novas relações econômicas mundiais, caracterizadas pelo comércio liberal e pelas relações unimultipolares. Além disso, com o fim da guerra fria os blocos econômicos tornaram-se inevitáveis, pela necessidade de concertação política em um mundo multipolar e pela necessidade de fortalecimento econômico em um mundo capitalista. A criação de um bloco era indispensável para dar um choque da capitalismo nas economias e adaptá-las à nova realidade.

O processo de adaptação às novas relações econômicas mundiais deveria ser forte, mas não poderia gerar desigualdades e desequilíbrios entre os membros. Por isso, o Mercosul foi estabelecido sobre quatro preceitos fundamentais. Esses pilares foram a flexibilidade, a simetria do processo, o gradualismo e o equilíbrio dinâmico. A intenção do bloco era minimizar as assimetrias entre seus membros e propiciar um processo gradual e flexível de integração, que não gerasse malefícios a nenhum dos sócios. A intenção de incrementar a competitividade das produções nacionais não deveria repercutir negativamente sobre os demais sócios, sobretudo os sócios menores, como Paraguai e Uruguai. Para evitar isso, o processo seria implementado gradualmente.

Com o passar do tempo, o MERCOSUL adquiriu atribuições cada vez mais políticas, e não apenas econômicas. Em 1991, o Protocolo de Brasília modificou o Sistema de Solução de Controvérsias do bloco, que havia sido estabelecido no Protocolo de Assunção. Essa mudança deu maior estabilidade e institucionalidade ao processo de solução de controvérsias entre os membros no que se refere a problemas comerciais. Em 1992, foi assinado o Protocolo de Las Leñas sobre Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa propiciou a concertação política e jurídica nos países membros, que facilitou a solução de questões referentes a processos de homologação de sentenças estrangeiras entre os países membros. 

Em 1994, foi assinado o importantíssimo Protocolo de Ouro Preto. Esse protocolo não apenas que deu personalidade jurídica ao Bloco e o transformou em uma União Aduaneira, ao criar uma Tarifa Externa Comum para os países do bloco, como também deu início ao processo efetivo de legislação comercial e aduaneira dos países membros. Em 1996, dois Acordos de Complementação Econômica foram assinados, um com Chile e um com Bolívia, dando a eles o status de países associados e, ainda nesse ano, foi confeccionada a Cláusula Democrática que viria a se tornar, em 1998, o Protocolo de Ushuaya, que consubstancia o compromisso democrático como requisito para acesso ao bloco. Em 2002, foi assinado o Protocolo de Olivos, que instituiu um Tribunal Permanente de Revisão (TPR) no Mecanismo de Solução de Controvérsias do Bloco.

Observa-se que o bloco veio em um incremento no número dos inúmeros mecanismos de concertação política e de maior institucionalização. A partir de 2006, duas iniciativas relevantes foram adotadas pelo Mercosul a fim de trazer fortalecer ainda mais a estrutura autônoma do bloco e de enriquecer seu caráter social e simétrico: a criação de um Parlamento do bloco e de um Fundo de Convergência Estrutural (FOCEM). O Parlamento ficará responsável por confeccionar a agenda do bloco e por discutir questões orçamentárias e projetos legislativos, mas, sobretudo, ele será a representação do povo no bloco. O FOCEM é responsável por minimizar as assimetrias entre os países membros mediante liberação de verba para projetos.  Ambas as instituições são importantes, na medida em que constituem, juntamente com o TPR, mecanismos do bloco que atuam de maneira mais independente em relação aos países membros, o que dá maior institucionalidade ao bloco.

Apesar dos sucessos e avanços que o Mercosul presenciou nos últimos 20 anos, alguns problemas ainda permanecem. A denominação do bloco como União Aduaneira ainda gera confusões. O bloco não dispõe de uma Tarifa Externa Comum perfeita, em função, sobretudo, da bitributação e das listas de exceção que ainda existem. Isso faz com que o bloco seja, na realidade, uma União Aduaneira Imperfeita. Em 2010, na Cúpula de San Juan, os líderes assinaram o almejado Código Aduaneiro e concordaram sobre o fim completo das listas de exceção até 2019, mas ainda há que se esperar para ver se isso será realmente realizado.

O Parlamento traz consigo, igualmente, alguns desafios. A desproporcionalidade do número de parlamentares dos países membros foi objeto de inúmeras reuniões entre os países. Chegou-se, finalmente, a um acordo que estabelece que até 2014 serão 37  representantes pra o Brasil, 26 para a Argentina, e 18 para Paraguai e Uruguai, de acordo com o critério da proporcionalidade. A partir de 2015 o Brasil terá 75 representantes, a Argentina 46 e Paraguai e Uruguai permanecem com 18. Seu objetivo é, majoritariamente, trazer a representação do cidadão mercosulino para o âmbito político.

Após esses vinte anos, o Mercosul firmou parcerias com outros países e blocos, com o objetivo de incrementar o intercambio comercial. Foram assinados Acordos de Preferências Tarifárias com Índia e com a União da África Austral (SACU), esta última ainda não vigente, e Acordos de Livre Comércio com Israel e com Egito, este último ainda não vigente. A União Europeia, no entanto, ainda permanece um grande desafio para o Mercosul. As negociações para se chegar a um acordo de livre comércio entre os blocos foram iniciadas em 1995, momento em que a União Europeia se encontrava debilitada em função do chamado europessimismo. Apesar desse impulso inicial, as negociações esmoreceram com a chegada da crise do sudeste asiático à América Latina em 2001, o que levou a uma crise no Mercosul, sobretudo em função de medidas protecionistas. As negociações foram engavetadas em 2004 e apenas em 2007 foram retomadas; no entanto, com a crise de 2008, os mercados europeus entraram em uma onda protecionista e novamente as negociações esmoreceram. Recentemente o anúncio europeu sobre a retirada do Brasil e dos países do Mercosul das listas de preferências tarifárias demonstra que a situação ainda não é totalmente favorável a um acordo.

Desafios à parte, o Mercosul é um importante mecanismo de concertação política e de adaptação econômica. Os países membros têm uma corrente de comércio incrível e suas produções foram beneficiadas com o estímulo trazido pelo bloco. Apesar de algumas assimetrias e de algumas medidas protecionistas que ainda são implementadas por alguns membros, o bloco trouxe fortalecimento das relações políticas e econômicas entre os membros, além de contar com projetos que estimulam o desenvolvimento social nos países. O caminho ainda é longo, mas esses vinte anos de bloco são, certamente, caracterizados por muitos sucessos. 

domingo, 22 de maio de 2011

A preparação para a 3ª fase do CACD

Como havia feito um post sobre a preparação para a segunda fase, nada mais justo que também fazer um sobre a preparação para a terceira fase, essa fase que assusta muitos candidatos à carreira diplomática. 

A terceira fase é vista, naturalmente, como uma das fases mais complicadas. Não é, necessariamente, a mais difícil, mas é a mais complexa pela quantidade de questões que devem ser respondidas em, relativamente, pouco tempo. O candidato que chegou até a terceira fase terá que responder quatro questões em apenas quatro horas, o que dá uma hora por questão. 

As provas acontecem durante três finais de semana, aos sábados e domingos, respectivamente. É super puxado e a pessoa tem que estar super preparada intelectual e psicologicamente. São provas de Economia, Política Internacional, História do Brasil, Geografia, Inglês e Direito. Francês e Espanhol são da quarta fase, mas são realizadas juntamente com as demais da terceira fase. 

Como tenho amigos que estão se preparando para essas provas que virão, acho válido fazer alguns comentários sobre essa preparação intensa. Primeiramente, é muito importante que a pessoa já tenha um conhecimento muito consolidado. A terceira fase é totalmente diferente do TPS. No TPS, é preciso ter bastante conhecimento geral e, no mínimo, ter uma noção sobre os assuntos em questão. Na terceira fase, é preciso saber discursar sobre os temas, fazer uma minidissertação, e, para isso, é preciso ter conhecimento mais profundos sobre os temas, envolvendo, até mesmo, certas contradições, a fim de enriquecer o texto. 

Algumas das provas mais difíceis da terceira fase, em geral, são inglês e economia. Inglês mais por uma questão de tempo do que propriamente por sua dificuldade. Nessa prova, é preciso fazer uma redação, uma tradução do inglês para o português, uma tradução do português para o inglês e um summary (resumo) de um texto em apenas quatro horas. É muita coisa para tão pouco tempo, o que dificulta muito essa prova. Economia já amedronta mais pelas possíveis questões de micro ou de contas nacionais, que devem ser respondidas por meio de cálculos e comprovações matemáticas. 

O segredo para fazer uma boa terceira fase é, além de ter acumulado muitas leituras, praticar bastante. É preciso saber exatamente como estruturar suas respostas, como organizar seus argumentos, a fim de obter uma resposta coerente, coesa e clara. Em geral temos a grande mania de querer adicionar o máximo de informação nas nossas respostas, dados, datas, nomes, e acabamos fazendo um texto confuso. O segredo é saber organizar, mesmo que, para isso, algumas informações fiquem de fora. 

Enriqueça seu texto com debates, contraposições de ideias que enriqueçam a sua tese. E, claro, tenha uma tese! Aqueles que chegaram à terceira fase passaram pela segunda e sabem que é imprescindível ter uma tese em seus textos. Use todos os conhecimentos que você possui a seu favor, e não apenas para mostrar que você sabe os dados. A maioria das pessoas que chegou até aí também sabe dados, o diferencial será como você os usará para fazer uma ótima resposta que chame a atenção do examinador. 

Bom, por hoje é isso. Boa sorte a todos que estão na terceira fase, e, àqueles que não estão, bons estudos!

Beijos,

Luiza 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dicas: a organização do tempo e dos estudos para o CACD




Muitos amigos meus e muitas pessoas me perguntam, com frequência, sobre a organização do tempo e dos estudos na preparação para o CACD. É claro que a divisão do tempo é algo muito pessoal, pois algumas pessoas demoram mais para fixar o conhecimento que outras; no entanto, algumas técnicas podem ser seguidas por fotos, a fim de facilitar a absorção do conhecimento e de aproveitar o tempo da melhor maneira possível. 

É fundamental fazer um cronograma de estudos que seja realista. Parece besteira, mas é extremamente útil. Não coloque mais tempo para estudar além do que você consegue e não deixe de disponibilizar tempo livre para outras coisas, como comer, malhar, etc.  É preciso organizar os estudos de acordo com dias e horários, dando prioridade àquelas matérias em que você tem mais dificuldade e deixando um pouco menos de tempo para aquelas que você tem domínio. No caso de pessoas que já passaram pelo TPS ou que tiveram bons resultados, recomendo a investir mais tempo nas matérias que foram seu ponto fraco, mas não deixe de estudar as matérias em que você foi bem. O tempo é um grande rival nessa prova e pode fazer você esquecer coisas sobre as quais tem domínio. Revise, não custa nada. 

Além do cronograma, é muito válido dividir o tempo entre "tempos de aulas" e "tempos de leituras", para cada matéria, pois são atividades distintas, porém complementares, que demandam atenção diferente. Por mais que algumas pessoas tenham facilidade e apenas assistam as aulas, é preciso muita leitura para essa prova. Não adianta apenas assistir umas aulinhas. Eu sempre recomendo as pessoas a organizar seus estudos em função das aulas que têm. Se você tem aula de História Geral na Terça, e de Geografia na Quarta, reserve esses dias para estudar essas matérias, tanto antes da aula quanto depois dela. Dessa maneira, você vai revisar a matéria e ter tempo de tirar dúvidas com o professor na aula e, depois, fixar o aprendido em sala com leituras indicadas. Fica a dica.

Para aqueles que não fazem mais aulas, ou que estudam apenas com leituras, organizem-se igualmente no tempo para os estudos e intercalem a leitura com exercícios. É fundamental testar seus conhecimentos, seja fazendo simulados online, seja fazendo as provas antigas. Apenas quando o conhecimento é colocado à prova é que se percebe onde está o problema. Não espere chegar no TPS do ano que vem para você ver que está com defasagem em História do Brasil ou em Economia. Tente antecipar esse momento de decepção fazendo provas e vendo que você não está bem. Use a frustração a seu favor para estudar mais e com mais empenho!

Outra coisa que ouço as pessoas falaram é: "eu estudo pensando apenas no TPS e depois, quando eu passar, penso no resto". Tenho sérios problemas com essa afirmação. Concordo que o TPS é uma fase complicada, pois requer muito conhecimento sobre muitas matérias, mas vamos convir que de nada adianta passar no TPS se você não passar no resto. O resultado final vai ser o mesmo daquela pessoa que não passou de cara. Acho muito importante ter uma preparação sólida e sempre com foco no longo prazo. É fundamental estudar as matérias com calma e com profundidade, pois assim você assentará o conhecimento e estará preparado para as demais fases. Ao menos que você faça como eu, que comecei a estudar pra valer cinco meses antes da prova e tive que engolir o máximo de livros e aulas que consegui, vá com calma, estude intensa e profundamente, take your time. A preparação para essa prova é complexa e requer mais que muita inteligência, ela requer paciência. 

É isso. Espero que seja útil! Bons estudos a todos.

Beijos,

Luiza 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A retirada do Brasil das Listas de Preferências Tarifárias da União Europeia: o que isso significa?



Recentemente vimos nos jornais que a União Europeia vai retirar o Brasil de suas listas de preferências tarifárias, mas o que isso realmente quer dizer? No que isso influencia o comércio brasileiro e a economia do país? 

Comecemos pelo começo. O que é um Sistema Geral de Preferências Tarifárias? Esse sistema foi criado em 1971 no âmbito da UNCTAD, Comissão das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento, por influência dos países subdesenvolvidos. O objetivo desse sistema era o de facilitar a entrada dos produtos de países em desenvolvimento nos mercados dos países desenvolvidos, mediante a concessão de tarifas mais privilegiadas para esses produtos que as constantes do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), baseadas na cláusula de Nação Mais Favorecida. 

O SGP foi aclamado pelos países em desenvolvimento e, em 1979, na Rodada Tóquio do GATT, esse sistema foi incorporado às regras do Acordo mediante a Cláusula de Habilitação, o que permitia concessão de privilégios aos países menos desenvolvidos e uma exceção à Cláusula na Nação Mais Favorecida. A incorporação desse sistema a GATT tinha o objetivo de estimular o desenvolvimento e a produtividade dos países mais pobres mediante um sistema sem contrapartidas que duraria dez anos. 

Com o passar do tempo, no entanto, os benefícios do SGP começaram a ser minimizados. O sistema era estabelecido por listas de exceção, onde cada país subdesenvolvido tinha produtos específicos que teriam redução tarifária. Além disso, o sistema era baseado na discricionariedade dos países, ou seja, na livre vontade de concessão dos países desenvolvidos. O resultado foi limitado, pois os países desenvolvidos concediam benefícios, majoritariamente, para os produtos primários dos países em desenvolvimento, não privilegiando os países de maior valor agregado. 

O SGP foi implementado, mas, em função de seus resultados insuficientes, alguns países se reuniam em 1988 e criaram o SGPC, Sistema Global de Preferências Comerciais, que funcionava apenas entre os próprios países em desenvolvimento como um sistema de concessões tarifárias mútuas e irrestritas. Esse sistema foi uma espécie de tentativa para solucionar as limitações e as insatisfações geradas pelo SGP e é visto como um precursor do futuro sistema de Cooperação Sul-Sul. 

Apesar disso, no entanto, o SGP continuou a valer. Um dos continentes que mais se utilizou do sistema foi a Europa, a fim de conceder privilégios aos países menos desenvolvidos e tentar minizar as disparidades causadas pelo comércio internacional. Esse continente privilegiou as concessões às suas ex-colônias e aos Países de Menor Desenvolvimento Relativo (PMDR), como maneira de evitar o colapso econômico de tais economias. Em 1971 foi criado o Sistema dos Acordos de Iaundé e em 1975 dos Acordos de Lomé, que concediam as preferências a tais países. 

Esse privilégios às ex-colônias não impediu a adoção do SGP do GATT pela Europa e a formulação de listas de concessão aos demais países subdesenvolvidos; todavia, o continente europeu sempre direcionou mais esforços para os países de menor desenvolvimento. Em 1989 é criada a Zona Preferencial Comercial, que ampliava as vantagens comerciais para as ex-colônias e PMDRs além daqueles do SGP do GATT, e em 2000 foi criado o Sistema de Lomé 4 Cotonou, que consolidou ainda mais tais vantagens a esses países. 

O Brasil, país em desenvolvimento, se beneficiou do SGP durante muito tempo. Presente nas reuniões da UNCTAD que deram origem ao SGP, o país foi, por mais de 40 anos, constante das listas de preferências tarifárias de países desenvolvidos. Alguns críticos dizem que as concessões foram pouco vantajosas ao país, uma vez que a maioria dos produtos beneficiados eram primários ou tropicais, como ferro, soja, bananas. Outros dizem que esse mecanismo foi importante para incrementar a corrente de comércio do país e facilitar a entrada de nossos produtos no exterior. Seja como for, o recente crescimento econômico do Brasil e sua estabilidade economico-financeira fez com que o país recebesse um upgrade em sua categoria, e não mais fosse considerado um país menos desenvolvido. Com esse argumento, a União Europeia pretende retirar o país das listas de concessões tarifárias que facilitam a entrada de produtos brasileiros no mercado europeu. 

Além da retirada do Brasil, a Comissão da UE também vai retirar China, Rússia e África do Sul das listas de concessão, mas vai manter parte dos produtos da Índia. Esse ocorrido nos mostra duas coisas: a primeira é que a pujança econômica do Brasil, apesar de positiva, agora vai ser utilizada como motivo de redução de privilégios ao país, o que já era previsível; a segunda é que, de fato, a Europa continua em crise e a recuperação está lenta. Essas medidas  visam reduzir o escoamento de dinheiro europeu para outros países e estimular o consumo de produtos internos, ao encarecer os importados. 

Apesar dos cortes de privilégios, as concessões tarifárias aos PMDRs permanecerão, assim como às ex-colônias, no entanto, o rigor Europeu vem se refletindo também nas negociações entre União Europeia e Mercosul. Parece que a França, que exerce a presidência temporária da UE, não vê positivamente os acordos de livre comércio que vem sendo negociados desde 1995 e cujas negociações haviam sido retomadas em 2010. Um possível acordo de livre comércio facilitaria muito a entrada de produtos de todo o Mercado Comum do Sul na União Europeia, incrementando não apenas as exportações do Brasil mas de todos os demais países do Mercosul.

As consequências dessa retirada de concessões serão negativas para o Brasil, na medida em que a entrada de produtos brasileiros no mercado europeu será dificultada; no entanto, isso demonstra que o Brasil vem se tornando um país de economia forte e pujante e que começa a ser vista pelos países desenvolvidos de igual para igual. A solução as possíveis consequências negativas dessa mudança podem ser as negociações bilaterais entre o Brasil e seus parceiros, para incremento de comércio, e, claro, a modernização da produção brasileira. Na medida em que nossa produção se tornar mais competitiva, a entrada de nossos produtos em mercados diversos será consequência natural e não dependerá tanto de esforços por parte do governo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Novidades no Jovem Diplomata!

Queridos,

Após o susto que o blogger deu, estamos de volta à normalidade. Aproveitei para inaugurar novas seções  que creio que serão muito úteis a todos aqueles que estudam para o concurso.

Teremos seções fixas com sugestões de leitura, livros e artigos para download e guias de estudos e tps antigos. O objetivo real desse blog não é ficar falando de mim, mas trocar informações com vocês e ajudar, no possível, a todos aqueles que também têm o mesmo objetivo que eu: a carreira diplomática.

Conforme for encontrando novas publicações, novos sites legais e novos livros úteis, vou adicionando-os às sugestões e aos links. 

Espero que vocês gostem das novidades. 

Um beijo,

Luiza 

O que é isso, Blogger??

Oi gente,

Não entendi bem o que aconteceu com o Blogger nesses últimos dois dias. Parece que deu uma pane no sistema e eles apagaram tudo que foi feito após o dia 11 de maio. Como estávamos fora do ar antes disso, o site foi suspenso e ninguém conseguiu acessar, nem mesmo eu.

Perdi algumas coisas que tinha feito, mas sem problemas. O site está de novo aí no ar e em breve teremos novidades. Vou inaugurar novas seções que serão permanentes aqui no site, a fim de disponibilizar material para os estudos de vocês.

Bom, é isso. Peço desculpas aí pelo inconveniente. Tive que remodelar o site todo e ainda vou ter algum trabalho para refazer as página que já havia começado a prepara, mas sem problemas!

Mais uma vez, agradeço a todos pelos votos carinhosos e pelos emails preocupados. O site está aí renovado e com força total, como eu! rsrs.

Beijo grande,

Luiza

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Renouvellement



Mes chers amis, ça va?

Après quelques temps d'absence, je suis retourné complètement renouvellée, comme le blog.  .

A perfeição do momento presente é algo que me encanta. Nunca imaginei que as coisas fossem estar tão perfeitas como estão, tão em seu lugar. Paz, família, estudos, amigos. Tudo perfeito. 

Me dei conta de que, de fato, passei na prova, como me disse um amigo querido, um mestre das montanhas. Apenas não fui - ainda - aprovada. E devo confessar que essa passagem pela prova me deu ainda mais força, ainda mais gana e, sobretudo, ainda mais serenidade. 

Incrível como a juventude e a pressa são tão íntimas.. Pressa para chegar, pressa para acabar, pressa para suceder, pressa, pressa... Me dei conta de que a real beleza está no caminho. Para que correr, quando é possível trilhar o caminho apreciando cada momento, curtindo cada segundo? A chegada vai estar lá, esperando, quer você queira ou não. 

Machado de Assis tem uma ótima frase em seu livro Esaú e Jacó. Aires diz que "o tempo é ofício unicamente dos relógios", ou algo do gênero. Incrível como Machado era sábio. Tempo, tempo, tempo. Nos preocupamos tanto com o tempo - seja passado ou futuro - que esquecemo-nos de viver o presente. Deixemos os tempo apenas para os relógios, como dizia Aires, e vivamos o presente momento. É tudo que há.

C'est tout, amis. Courage, parce que la montaigne sera toujours là.

Un gros bise,

Luiza

I.M. 

PS. MUITO OBRIGADA a todos os queridos que deram falta do blog nesses dias em que ele ficou do ar. Resolvi dar uma repaginada e para isso ele ficou uns dias desativado. Obrigada a todos pela preocupação e pelo carinho! Estamos aí com força total :) 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O início de uma nova jornada.

Oi gente,

Indo diretamente ao ponto: não foi dessa vez. Vocês devem ter percebido - afinal não tinha nenhuma Luiza na lista. rs. Apesar disso, fiquei bastante satisfeita com meu desempenho! Agora é partir pra próxima. Parabenizo a todos aqueles que passaram e, também, a todos que não passaram. Tudo tem seu tempo e Deus, certamente, sabe o que faz.

A sensação de não passar não foi tão ruim. Agora é uma questão de amadurecimento intelectual. Para todos aqueles que continuam na caminhada, faço minhas as palavras de um amigo meu: Avanti. Avanti! Quando o desejo é verdadeiro, não dá pra desistir. Cabeça erguida e passos pra frente, pois só assim conseguimos o que queremos na vida.

Agradeço a todo o apoio dos leitores aqui durante esse tempo todo. Vou continuar postando algumas coisas para estimular aqueles que, como eu, vão continuar estudando, apesar de, talvez, fazê-lo com menos frequência. Agradeço também os comentários hostis. Esses me mostram que nem com a melhor das intenções conseguimos agradar a todos.

O objetivo desse blog foi sempre muito claro: falar da minha rotina e ser um local de debate e troca de informações para aqueles que partilham do mesmo sonho que eu. Ele vai continuar assim, talvez com menos sobre mim e mais troca de informação. Quero continuar sempre postando coisas interessantes, algumas dicas que os professores passam, algumas notícias relevantes e quero continuar sabendo de vocês. É muito legal receber emails das pessoas que também estão estudando e que querem compartilhar experiências. 

Bom, é isso. Confesso que não tenho muito o que dizer hoje, além de parabéns a todos, sem exceções. Todos são vitoriosos por quererem ser parte de uma carreira tão bonita e por se dedicarem integralmente aos estudos para fazer parte dela. Que aqueles que passaram tenham todo o sucesso, e aqueles que não passaram também. 

Um beijo a todos,

Luiza 

domingo, 1 de maio de 2011

Falta de inspiração.

Oi queridos,

Que saudade de postar aqui. Essa última semana foi bem intensa pra mim: resolvi me matricular em mais três cursos de redação. Como vocês devem imaginar, acabei pirando um pouco e o resultado veio logo: uma gripe daquelas. De qualquer maneira, já estou me recuperando e, como estou de molho e sem inspiração, resolvi dar um alo por aqui e comentar, despretensiosamente, sobre os preparativos pra 2a fase.

Estava me sentindo sem inspiração para escrever os textos. Não conseguia discorrer muito sobre sobre os assuntos, apesar de ter mil ideias, e isso me deixou muito frustrada. Um dia, no entanto, percebi que o que me faltava não era inspiração, mas a organização das minhas ideias. Eu tinha mania de sair escrevendo o que me vinha na cabeça, no estilo psicografia, como disse um professor meu, e a coisa ficava complexa, sem pé nem cabeça. Graças a Deus, com a ajuda desse professor e amigo, eu consegui fazer as sinapses que me faltavam e aprender a encadear as minhas ideias de maneira lógica. Descobri o prazer de estruturar um texto - coisa que eu antes achava bobagem - e recomendo a todos vocês que o façam. Não adianta nada saber muito e ter ideias brilhantes se o texto não está claro e lógico para quem lê. 

No quesito forma, a prática leva à perfeição. As vírgulas são sempre muito capciosas: se você coloca demais, erra, se coloca de menos, também. rsrs. Para pessoas como eu, que têm mania de fazer intercalações e usar adjuntos adverbiais deslocados, a pontuação é sempre um problema. Às vezes tem que usar, às vezes não... Eu já ouvi tanta coisa dos professores que desisti de entender. Eu sei as regras de pontuação e as uso conforme o tom do meu texto. Acho que vocês devem fazer o mesmo. Ah, e se tiverem muitas dúvidas, coloquem os advérios no final. Não façam como a tia aqui que adora realçar o texto ao enfiar, maravilhosamente bem, umas vírgulas com advérbios deslocados. rsrsrs. 

Em relação ao conteúdo, a dica que posso dar é a de que vocês leiam o máximo que puderem sobre literatura, a fim de saberem identificar o momento em que determinada obra foi escrita e a preocupação dos autores daquela época. Isso pode não ser o suficiente para uma boa dissertação ou interpretação, mas certamente ajuda muito. É sempre uma vantagem saber onde se está pisando. Autores como Antônio Cândido e Alfredo Bosi são boas pedidas. 

Bom queridos, é isso por hoje. Preciso voltar às minhas leituras. Nesse momento leio João Cabral de Melo Neto. Confesso que achei difícil de entender, mas, depois de me contextualizar, passei a entender melhor esse autor fascinante. Adorei. 

Um bom fim de domingo a todos e uma ótima semana. 

Ah, e sorte a todos nós na terça-feira, com os resultados oficiais da primeira fase. 

Beijo grande,

Luiza