sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Um guia de estudos sem bibliografia: como faz?!



Queridos,

Atendendo aos pedidos de alguns leitores, resolvi comentar sobre o guia de estudos da prova de 2011, que saiu sem bibliografia. Confesso que, assim como vocês, não entendi muita coisa quando ví aquele guia de estudos, mas após pensar um pouco, tenho lá algumas especulações.

Antes de mais nada, passei a achar que essa prova vai ser a prova mais atípica (leia-se: difícil) dos últimos cinco anos. Desde que as vagas aumentaram, a prova veio adquirindo um padrão, um modelo, que veio sendo cada vez mais estudado pelos candidatos à carreira e pelos cursinhos. Hoje em dia, aqueles que se preparam em cursinhos sabem como a prova é, quais matérias caem, como caem. As pessoas passaram a ficar muito treinadas para essa prova, uma vez que ela veio ficando ficando mais previsível. Isso não é ruim, claro, especialmente para quem se prepara para ela, mas acho que, talvez, com a redução de vagas, a inteção seja mudar um pouco isso e democratizar mais as coisas. Com uma prova menos previsível, pessoas diversas têm oportunidade de passar, quem fez cursinho, quem não fez, quem é concurseiro, quem não é. A sorte vai contar muito, além do conhecimento.

Tendo dito isso, acho que a não sugestão bibliográfica vai por aí. Acho que os examinadores desse ano querem ver mais dos candidatos por si próprios, suas ideias, suas palavras, sua forma de elencar conhecimentos, independentemente de uma preparação prévia específica em cursos. Acho, talvez, que a inteção seja democratizar o acesso para todos, independentemente da formação  e diversificar mais quadro de diplomatas,. Isso pode ser observado, também, na abertura de cotas para afrodescendentes, da primeira para a segunda fase. Claro que a bibliografia é útil - e muito! -, mas, querendo ou não, todos os que se preparam para esse concurso já fazem uma ideia de quais são os livros indicatos e os autores cotados. O lance vai ser como iremos utilizá-los, sobretudo na segunda e na terceira fases.

O que me preocupa mais são os recursos. Quando você não tem uma bibliografia indicada no edital, você não terá como entrar com recursos quanto a uma devida resposta. Você pode até saber que o item está errado, pois o José Murilo de Carvalho fala "a" e não "b", mas o José Murilo não está na bibliografia! O que você poderá fazer?! Niente, nadie, rien, nada mesmo. De tudo, isso aí vai ser o pior, mesmo.

Esse ano a prova vai ser tensa. Vai ser a prova mais tensa dos últimos anos - e logo na minha vez! -, uma vez que teremos milhares (sim, milhares) de candidatos muito bem preparados, apenas 26 vagas, cotas e um guia de estudos sem bibliografia. Mais do que estudo, essa prova irá requerer sorte e muito, muito jogo de cintura, para lidar com as questões de forma apropriada - mesmo sem saber o que é apropriado nesse momento!

A dica que eu dou para todos vocês é: continuem seguindo as sugestões de leituras dos guias anteriores, sobretudo o de 2010. Os temas permanecem os mesmos, os autores principais, também, assim como as gramáticas, etc. e tal. Quanto à segunda fase, de português, isso aí é um mistério. Estávamos achando que, talvez, Casa-grande & Senzala saísse, assim como Visão do Paraíso, mas, agora, é impossível saber. Acho que talvez só saia na época da segunda fase, quando sair a lista com os aprovados.

Bom, mais uma vez, o que coloquei aqui são apenas especulações minhas. Ninguém sabe mesmo, mas, tendo em vista as mudanças na prova, acho que talvez esse guia sem bibliografia seja por isso - ou então foi erro mesmo e daqui a pouco aparece uma retificação (vamos torcer!). rs

Boa sorte a todos nós! Vai ser um tiro no escuro, mas o que não é assim nesta vida?

Beijo grande.

Luiza


2 comentários:

  1. Obrigado pelo comentário. Acho de fato muito "atípica" esta falta de bibliografia. Muito confuso, fico tentando encontrar uma lógica nisso... Aqui vai minha "especulação": Fico me perguntando: será que a bibliografia sugerida saiu do "Guia de estudos" e passou para os "Manuais do Candidato". Por que acho isso? Veja que na página do IRBr, no link para o CACD, aparece no ano de 2011 o link para a "Série Manual do Candidato". Nos outros anos (2010, 2009, 2008) não há essa referência (você pode retorquir: mas nesses anos não haviam sido digitalizados os Manuais... pode ser, não sei). Bem, de todo modo, essa é apenas minha "especulação", sem nenhuma pretensão de verdade definitiva. Como você disse, ninguém sabe mesmo. Torço, todavia, também por uma retificação.

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  2. Caro leitor,

    De fato, os manuais do candidato são muito úteis, mas acho que se basear apenas neles pode ser pouco, tendo em vista a profundidade de conhecimento requerido nessa prova. Eles são ótimos, mas requerem leituras complementares.
    Dê uma lida no post mais recente que coloquei,com sugestões de leituras, pois pode lhe ajudar ;)

    Muito obrigada por seu comentário e por me acompanhar aqui!

    um grande beijo,
    Luiza

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